A prótese de ombro, também chamada de artroplastia do ombro, é uma solução cirúrgica eficaz para tratar dores intensas e limitações de movimento causadas por doenças graves degenerativas da articulação ou por fraturas complexas. Ela tem se tornado cada vez mais comum em pacientes que não obtiveram melhora com tratamentos convencionais, como fisioterapia, medicamentos e infiltrações, além de muitos casos apresentarem graves evoluções degenerativas.
O procedimento é indicado principalmente em casos de artrose glenoumeral em estágio avançado — uma condição degenerativa que compromete a cartilagem da articulação, gerando dor, rigidez e perda funcional. Também é bastante recomendada para pacientes que apresentam uma condição chamada artropatia do manguito rotador (ou CTA – Cuff Tear Arthropathy), que ocorre quando há rompimento irreversível dos tendões do ombro associado à degeneração articular. Além disso, fraturas cominutivas (múltiplos fragmentos) da cabeça do úmero em idosos, sequelas de fraturas não consolidadas e casos de necrose óssea ou falhas em cirurgias anteriores também podem justificar a indicação da prótese.
Existem diferentes tipos de prótese, e a escolha depende de vários fatores. A prótese anatômica é aquela que reproduz a forma natural da articulação do ombro, sendo indicada para pacientes com o manguito rotador intacto. Já a prótese reversa é indicada quando os tendões do manguito estão muito danificados, pois ela altera o centro de rotação do ombro e permite que o músculo deltóide, que geralmente não é afetado, compense a falta de função dos tendões. Por fim, há a técnica de resurfacing, que consiste na substituição apenas da superfície articular danificada e é menos invasiva, sendo indicada para pacientes mais jovens, com desgaste localizado.
Para decidir qual tipo de prótese utilizar, o ortopedista leva em consideração diversos critérios: a idade do paciente, seu nível de atividade física, o estado do manguito rotador, o grau de destruição da articulação e as expectativas pessoais quanto aos resultados do tratamento. Essa decisão é sempre feita de forma compartilhada entre médico e paciente.
Após a cirurgia, o paciente geralmente precisa usar uma tipoia por um período entre 3 e 6 semanas. A fisioterapia começa precocemente, inicialmente com movimentos passivos (guiados pelo terapeuta) e, progressivamente, com movimentos ativos realizados pelo próprio paciente. O retorno funcional costuma ocorrer entre 3 e 6 meses, embora em alguns casos a recuperação completa pode levar até um ano. Durante esse período, é essencial evitar esforços intensos e seguir rigorosamente as orientações do médico e do fisioterapeuta.
Os resultados esperados são bastante positivos: mais de 90% dos pacientes relatam alívio importante da dor e melhora significativa da mobilidade e da capacidade de realizar atividades do dia a dia. Além disso, as próteses modernas apresentam boa durabilidade, podendo funcionar adequadamente por 10 a 15 anos — ou até mais — dependendo do tipo de prótese e dos cuidados adotados pelo paciente ao longo do tempo.
Em resumo, a prótese de ombro é uma alternativa segura e eficaz para pacientes que sofrem com artropatias avançadas ou fraturas complexas. Com uma indicação correta e acompanhamento por um especialista experiente, é possível retomar a funcionalidade e a qualidade de vida de forma expressiva.
Indicações principais
- Artrose glenoumeral primária ou secundária avançada;
- Artropatia do manguito rotador (CTA – Cuff Tear Arthropathy);
- Fraturas cominutivas da cabeça umeral em idosos;
- Sequelas de fraturas não consolidadas ou com necrose avascular;
- Reoperações de cirurgias anteriores malsucedidas.
Tipos de prótese
- Anatômica: indicada para pacientes com manguito rotador íntegro, imita a anatomia natural do ombro.
- Reversa: usada quando o manguito está rompido irreparavelmente, alterando o centro de rotação do ombro e permitindo que o deltóide assuma a função de elevação.
- Resurfacing: substituição parcial da superfície articular, menos invasiva, usada em pacientes mais jovens com artrose localizada.
Critérios para escolha da prótese
- Idade do paciente;
- Nível de atividade física;
- Integridade do manguito rotador;
- Grau de destruição articular;
- Preferência do paciente após discussão médica compartilhada.
Pós-operatório e reabilitação
- Imobilização com tipóia;
- Início precoce de fisioterapia passiva, progredindo para ativa;
- Retorno funcional entre 3 a 6 meses, com reavaliações periódicas;
- Evitar esforço intenso nos primeiros 6 a 12 meses.
Resultados esperados
- Alívio significativo da dor em mais de 90% dos pacientes;
- Melhora da mobilidade e independência funcional;
- Durabilidade média de 10 a 15 anos para a maioria das próteses.




