A viscossuplementação é um procedimento cada vez mais adotado no tratamento da dor articular, principalmente em casos de osteoartrite. Essa técnica consiste na aplicação de ácido hialurônico diretamente dentro da articulação afetada, com o objetivo de melhorar a qualidade do líquido sinovial, reduzir o atrito entre os ossos e promover alívio da dor. Embora amplamente utilizada no joelho, ela também vem ganhando espaço no tratamento da articulação do ombro, com resultados promissores, especialmente em estágios iniciais da degeneração articular.
O ácido hialurônico é uma substância naturalmente presente no nosso organismo, responsável por conferir viscosidade e lubrificação ao líquido que envolve as articulações. Com o desgaste natural ou doenças como a artrose, essa lubrificação diminui, o que leva à dor, rigidez e inflamação. A viscossuplementação busca restaurar esse equilíbrio, ajudando a melhorar a biomecânica do ombro e reduzir os sinais inflamatórios. Além disso, o procedimento tem efeito analgésico indireto, promovendo mais conforto ao paciente no dia a dia.
A aplicação é simples, feita em consultório médico e, sempre que possível, guiada por ultrassom para maior precisão. Pode ser realizada em dose única ou em ciclos, geralmente com 3 a 5 aplicações, dependendo do tipo de produto utilizado e da resposta individual do paciente. Por ser minimamente invasivo, o procedimento dispensa internação ou tempo de recuperação significativo, permitindo que o paciente retome suas atividades rotineiras rapidamente.
As indicações da viscossuplementação no ombro incluem principalmente casos de osteoartrite glenoumeral leve a moderada, quando ainda há preservação razoável da articulação. Também pode ser útil em pacientes que, após uma artroscopia (cirurgia por vídeo), desenvolvem rigidez ou dor persistente. Aqueles que não podem utilizar corticóides — por contraindicação clínica ou preferência pessoal — também se beneficiam do método. Em algumas situações, pode até ser usada para retardar a necessidade de uma cirurgia maior.
Estudos clínicos demonstram que a viscossuplementação proporciona melhora significativa da dor e da função do ombro por até seis meses, com baixa incidência de efeitos colaterais. Quando combinada com fisioterapia personalizada, seus efeitos podem ser potencializados, favorecendo uma recuperação mais duradoura.
Entre as principais vantagens estão a segurança do procedimento, o fato de ser bem tolerado inclusive por pacientes idosos, e a possibilidade de repetição quando necessário. Porém, é importante considerar que a resposta ao tratamento pode variar de pessoa para pessoa, e o custo pode ser um fator limitante, já que ainda não é amplamente coberto por planos de saúde. Além disso, o tratamento costuma ser mais eficaz nas fases iniciais a moderadas da artrose — em casos mais avançados, outras abordagens podem ser mais indicadas.
Em resumo, a viscossuplementação representa uma alternativa moderna, segura e pouco invasiva no controle da dor articular no ombro. Quando bem indicada e aliada a um programa de reabilitação adequado, ela oferece alívio significativo e melhora da qualidade de vida de forma progressiva e sustentável.
O que é a viscossuplementação?
- Infiltração de ácido hialurônico de média ou alta viscosidade;
- Pode ser de dose única ou fracionada em 3 a 5 aplicações;
- Feita em consultório médico, preferencialmente guiada por ultrassom.
Indicações específicas no ombro
- Osteoartrite glenoumeral leve a moderada;
- Pós-artroscopia com rigidez residual;
- Pacientes com dor persistente e contraindicação ao uso de corticoide;
- Alternativa para retardar indicação cirúrgica.
Mecanismo de ação
- Restauração da viscosidade sinovial;
- Melhora da biomecânica articular;
- Redução da inflamação sinovial;
- Efeito analgésico indireto.
Evidências clínicas
- Estudos mostram melhora significativa da dor e função por até 6 meses;
- Menor taxa de efeitos colaterais em comparação com infiltrações de corticóides;
- Eficácia potencialmente aumentada quando associada à fisioterapia.
Vantagens e limitações
Vantagens:
- Seguro e pouco invasivo;
- Bem tolerado em idosos;
- Pode ser repetido periodicamente.
Limitações:
- Custo mais elevado;
- Resposta variável entre pacientes;
- Indicado apenas em fases iniciais a moderadas da artrose.




